Ações do Governo direcionam para o fim do SUS

 Ações do Governo direcionam para o fim do SUS

O apoio do Governo á crescente criação dos planos de saúde populares foi tema no programa da Rádio Trabalhador. O coordenador do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES) – Núcleo Goiás, Renato Cardoso, foi o convidado especial e debateu sobre como essa ação pode direcionar para o fim do SUS.

Este debate sobre as funcionalidades dos planos populares entrou em pauta no ano passado, quando oMinistério da Saúde se mostrou a favor da substituição do SUS por esse sistema de saúde. Durante a entrevista, Roberto esclareceu que a iniciativa privada tem total autonomia para atuar na saúde, o que não é aceitável é o Governo querer sucatear o SUS e incentivar financeiramente esse mercado.

Para o Governo, os preços acessíveis darão a possibilidade das pessoas utilizarem os planos, e desta forma, o fluxo do SUS será menor. Renato explica que isso é contraditório, uma vez que os planos são restritos e não realizam atendimentos de alta complexidade. “Dependendo da necessidade do paciente ele não vai conseguir ser atendido e vai precisar procurar atendimento no SUS. Com isso, a grande lotação volta a ocorrer,” completa.

Segundo Renato, o Governo se baseou em uma pesquisa realizada pela Federação Brasileira de Planos de Saúde (Febraplan), onde eles constataram que até 2038, 50% da população terão condições de pagar um plano popular. O coordenador explicou que essa proposta é uma falácia, pois o usuário vai pagar duas vezes por algo que pela Constituição deveria ser gratuito. “Uma vez que a pessoa paga impostos ele já paga por uma saúde de qualidade. Esse direito deve ser atendido,” afirma.

Mas apesar de ser um direito, Renato diz que as pessoas acham que ter um plano é algo positivo. “O SUS sempre foi desvalorizado pelos governantes e claro, pelas empresas que gerenciam os planos de saúde, pois eles só visam o lucro,” completou. “SUS não se resume a exames e consultas médicas, ele vai além disso, por exemplo as ações da Vigilância Sanitária”.

Para encerrar, Renato Cardoso deixou claro que é preciso lutar pela garantia do SUS, pois sua trajetória é de luta e a saúde é direito de todos e dever do Estado. “O plano de saúde acessível que nós queremos é um SUS com qualidade,” finalizou.

Charge: Bessinha – Colunista do Conversa Afiada

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