8º CONSINDSAÚDE: “É uma falácia dizer que para garantir empregos é preciso reduzir direitos”, afirma economista

 8º CONSINDSAÚDE: “É uma falácia dizer que para garantir empregos é preciso reduzir direitos”, afirma economista

*Publicada em 05.12.2019 às 22h50

O segundo dia de atividades do 8º ConSindsaúde foi intenso. Logo no início da manhã os congressistas participaram da mística que rememorou conquistas importantes do Sindicato nessas três décadas. Em seguida, a apresentação deu lugar às oficinas nas quais os trabalhadores debateram os desafios nos respectivos locais de trabalho. No período da tarde os debates foram conduzidos pela secretária de Saúde do Trabalhador do Sindsaúde, Maria de Fátima Veloso Cunha.

Empregos x direitos

As discussões abordaram, de maneira aprofundada, os reflexos da conjuntura econômica e política e as perspectivas para o trabalhador. A economista e supervisora técnica do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos, Regional Goiás, Leila Brito, apresentou dados que contrapõem o discurso do Governo Federal de que é preciso menos direitos para ter mais empregos.

Leila Brito evidenciou que é possível gerar emprego e assegurar direitos. “Houve períodos importantes nos anos 2000 em que foram gerados mais de 20 milhões de empregos e assegurados direitos plenos para os trabalhadores com a garantia constitucional no que diz respeito aos princípios das relações de trabalho. Portanto, é uma falácia dizer que para garantir empregos é preciso reduzir direitos”. Ela complementou que “é a demanda efetiva de bens, produtos, consumo e investimento que aquece a economia e gera empregos“. 

Desafios

As reflexões sobre a economia e o mundo do trabalho ganharam reforço com as contribuições do sociólogo e estudioso da precarização do trabalho e organização sindical, Luís Carlos da Silva. De acordo com ele, o grande desafio para classe trabalhadora na atualidade é conhecer o processo de organização de classe e assim, reagir.

A organização sindical que temos hoje é resultado da organização do capitalismo e da reação dos trabalhadores em defesa dos seus direitos”. O sociólogo acrescentou que enquanto esse modelo de organização sindical estagnou, “a produção capitalista foi se remodelando em termo de corporações, de gestão e na forma de contratação da mão de obra”. Luís Carlos afirmou ainda que “o capital quebrou as identidades da classe trabalhadora”.

A saída vai além da formação contínua na base sindical, afirmou o sociólogo. “É preciso alcançar os trabalhadores que não têm entidade representativa e esclarecer que esse trabalhador é assalariado, explorado e que se ele está desempregado é porque ele serve a um sistema que quando precisar dele vai usá-lo na condição de trabalhador precarizado”.

Na mesma linha de raciocínio, o diretor do Sindsaúde, Mauro Rubem, chamou a atenção para a importância de o trabalhador tomar conhecimento, como estratégia, daquilo que está por traz de medidas como a reforma da Previdência e Trabalhista apresentadas pelo Governo Federal. “Para se ter uma ideia, a reforma trabalhista fragiliza profundamente a relação do trabalhador com o patrão”.

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