Dia Internacional da Mulher Negra, Latina e Caribenha

 Dia Internacional da Mulher Negra, Latina e Caribenha

Hoje é o Dia Internacional da Mulher Negra, Latina e Caribenha, uma data escolhida para celebrar a resistência e ativismo de mulheres que lutaram contra a opressão, exploração e racismo.

Em 1992, foi realizado, na República Dominicana, o 1º Encontro de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe. O evento reuniu representantes de 70 países para afirmar a presença das mulheres negras na região e discutir a situação a que estavam submetidas, em decorrência das desigualdades baseadas em gênero e raça. Nesse contexto, foi estabelecido como marco de lutas o dia 25 de julho – Dia da Mulher Afro Latino-Americana e Caribenha. Assim, em 2022, estamos dentro do marco dos 30 anos.

No Brasil, a lei de 2014 sancionada por Dilma Rousseff legitimou o dia como o dia de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Mas quem era Tereza?

Façamos uma viagem no tempo para 290 anos atrás, em um território onde não tinha escravidão. O quilombo de Quariterê, no estado do Mato Grosso, existiu entre 1730 e 1795. Mais de 60 anos de resistência ativa, de demonstração de que era possível outra forma de organização social e trabalhista. Um espaço comandado por uma mulher: Tereza de Benguela. Liderar um quilombo era coordenar toda a sua estrutura administrativa para fazer a “roda girar”.

Tereza, da nação Benguela, foi escrava do capitão Timóteo Pereira Gomes. Tereza reinava soberana no quilombo, com firmeza e rigor. De acordo com fontes históricas, a rainha Tereza, governava esse quilombo em um modelo semelhante a um parlamento.

Em 1770, o quilombo foi atacado e a rainha Tereza foi capturada. Colocada aí em prisão, pá vista de todos aqueles a quem governou naquele reino, lhe diziam estas palavras injuriosas, de forma que, envergonhada, se pôs muda ou, para melhor dizer, amuada. Em poucos dias expirou de pasmo. Morta ela, se lhe cortou a cabeça e se pôs no meio da praça daquele quilombo, em um alto poste, onde ficou para memória e exemplo dos que a vissem.

E foi assim que o movimento de mulheres negras no Brasil criou a marcha em memória de Tereza. E também, em memória de Dandara, Aqualtune e tantas outras mulheres que abriram caminhos para chegarmos até aqui.

Viva as mulheres negras, viva nossa história e nossa memória!

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