Nota de Apoio ao HDT, a seus Trabalhadores e Usuários!
*Publicada em 27.02.2020, às 9h35 e atualizada às 12h03
Em Goiás, lamentavelmente, um hospital público administrado por organização social (OS) aparece envolvido em escândalos mais uma vez. Diante das denúncias envolvendo o Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), administrado pelo Instituto Sócrates Guanaes (ISG), o Sindsaúde/GO vem a público manifestar apoio aos trabalhadores e usuários do hospital e defender uma gestão direta e autônoma feita pela própria Secretaria de Estado da Saúde.
Considerando a relevância do HDT que é hospital público, de Média e Alta Complexidade e referência para doenças infecciosas e dermatológicas como HIV/Aids, Tuberculose, Meningite, e outras, sendo destaque na Região Centro-Oeste;
Considerando também – com base nos princípios da administração pública (Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência) – que o registro de ponto deve ser regra, faz se necessário esclarecer porque, somente agora, tal exigência passou a ser feita, isto é, após esses mesmos profissionais terem registrados, meses antes, denúncias contra a gestão do hospital. O Sindsaúde reitera ainda que é contra todo e qualquer tipo de ilegalidade no cumprimento da carga horária, mas não endossa a exposição de servidores como forma de retaliação.
Considerando também a série de denúncias levadas ao Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás, Conselho Estadual de Saúde, Conselho Municipal de Saúde e Conselho Local de Saúde sobre recusa de pacientes, redução de quadro de profissionais, falta de equipamentos, atendimento deficitário no pronto socorro da unidade, assédio moral, entre outros, e que tem assolado a unidade paulatinamente;
O Sindsaúde chama o Governo de Goiás à responsabilidade: o Estado precisa assumir seus hospitais e deixar de terceirizar suas responsabilidades. Há anos, os goianos vêm pagando um alto preço pelas gestões terceirizadas sem receber atendimento à altura. Enquanto isso, assistem a esses mesmos hospitais nos jornais associados a suspeitas de irregularidades. Em denúncia do Ministério Público, por exemplo, repercutida pelo jornal O Popular no início de 2020, o HDT recusou 464 vezes – durante 7 meses – o recebimento de pacientes e prejudicou 7 mil pessoas.
Conforme apuração do Dieese, esse modelo de terceirização já custou mais de R$ 6 bilhões de reais aos goianos, adoeceu trabalhadores e reduziu o número de pacientes atendidos. Fatos como esses, corroboram a necessidade de devolver a administração dos hospitais goianos à gestão pública.
Ainda sobre o HDT, especificamente, o Sindicato defende a apuração rigorosa das denúncias, bem como, o amplo direito de defesa dos profissionais acusados. A entidade informa também que solicitou audiência pública aos deputados da Assembleia Legislativa de Goiás para ouvir os envolvidos, entidades representativas, o secretário de saúde e inclusive, o diretor geral do HDT, Roger William Fernandes Moreira. A audiência será realizada no dia 6 de março, às 9h.
Por fim, considerando a importância de esclarecer caso a caso, a necessidade de melhorar a qualidade dos serviços públicos de saúde ofertados aos goianos e o papel relevante do HDT para a nossa população, o Sindsaúde reitera seu compromisso em defesa de uma gestão direta, 100% pública, democrática e eficiente em todos os hospitais públicos do Estado. Terceirizar faz mal à saúde!
Sindsaúde-GO
Organizar. Resistir.Avançar.