Reunião do Sindsaúde no CAPS Esperança dá voz a população desassistida

 Reunião do Sindsaúde no CAPS Esperança dá voz a população desassistida

 

Publicado em 10 de junho de 2020, às 19h10

A Diretoria do Sindsaúde esteve hoje (10) no Centro de Apoio Psicossocial (CAPS) Esperança, no Jardim Petrópolis, em Goiânia para conhecer, ouvir e verificar as condições de trabalho dos profissionais de saúde e a situação dos pacientes desta unidade, após o corte de 36 medicamentos, a maioria de uso contínuo, controlado e prolongado pela Portaria nº170, de 25 de maio de 2020 que regulamenta a adoção da Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUNE) da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia. A reunião contou com a presença dos pacientes do CAPS Esperança, com alguns trabalhador@s da unidade, com o Presidente e a Vice-presidente do Sindsaúde_GO, Ricardo Manzi e Luzinéia Vieira dos Santos, com Heloiza Helena Massaro, do Fórum Goiano de Saúde Mental e com o Presidente, Edinaldo Naves, a  Vice-presidente, Carmen Lúcia Souza e outros membros do Conselho Local de Saúde Familiar.

“Essa reunião é muito importante para podermos organizar a luta no sentido de assegurar as condições de trabalho para os trabalhador@s e assegurar o direito para os usuários para ao atendimento digno. Infelizmente estamos vivenciando o desmonte da política de saúde mental no Brasil, basicamente no município de Goiânia com o corte de diversos medicamentos da REMUNE”, afirmou Ricardo Manzi, Presidente do Sindsaúde-GO.

O CAPS Esperança,

Atende toda a população do Distrito Sanitário Oeste (conjunto habitacional doado pelo Governo), com mais de 10 mil unidades habitacionais e 24 Bairros do Distrito Sanitário Campinas-Centro da grande Goiânia. O CAPS Esperança oferece suporte psicossocial com 2 residências terapêuticas e uma farmácia (aberta apenas no período matutino).

A população atendida nestes serviços são pessoas simples com situação financeira precária, que às vezes não tem dinheiro para o básico necessário e nem para se deslocar até a unidade e quando não há medicação ou encontram a farmácia fechada (período vespertino) o tratamento fica comprometido. E na saúde mental a adesão ao tratamento é fundamental para estabilidade dos quadros de distúrbios mentais. Existem por diversos motivos a baixa adesão ou o abandono no tratamento diante de tantas dificuldades impostas pelo serviço de saúde e agora agravados pela Portaria nº 170, da Secretaria Municipal de Goiânia.

Outra dificuldade para os usuários do CAPS Esperança é o difícil acesso para os que dependem de transporte coletivo. Localizado em uma região íngreme e de difícil acesso (em cima do Morro do Mendanha), os pacientes precisam caminhar em torno de 1 Km, do ponto de ônibus mais próximo até o CAPS, enfrentam muitas vezes um Sol escaldante.

O Sindsaúde observou que o CAPS Esperança apresenta um déficit de recursos humanos importante, que resulta em uma sobrecarga de serviço para os trabalhador@s da unidade e interfere na qualidade dos serviços prestados à população, como a impossibilidade de realização de consultas, de serviços de enfermagem e atendimento na farmácia. Faltam técnicos de enfermagem, enfermeiro, farmacêutico, auxiliar de farmácia e terapeuta ocupacional. Essa defasagem se deu ao longo dos anos, os profissionais do CAPS Esperança saíram e não foram substituídos. E com a Portaria nº170, da Secretaria Municipal de Goiânia, faltam 36 medicamentos, comprometendo muito a qualidade do acompanhamento e da saúde mental dos pacientes no CAPS Esperança.

A retirada destes medicamentos de grande importância para os diversos tratamentos de distúrbios mentais da lista da REMUNE, irá comprometer seriamente a terapêutica de inúmeros pacientes do CAPS Esperança, sendo que alguns podem voltar à quadros agudos de doenças que remetem à internação, sendo nestes quadros de maior ênfase, os antidepressivos e benzodiazeprínicos.

“A saúde mental precisa se nutrir de esperança, neste momento tão difícil e delicado que estamos vivendo, nós não vamos desistir da saúde mental, queremos que mais serviços como esses possam existir, que mais usuários tenham acesso a tratamentos como esses e que eles possam continuar a conviver em sociedade,” enfatizou Luzinéia Vieira dos Santo, Vice-presidente do Sindsaúde-GO.

Para saber quais medicamentos foram cortado da lista REMUNE e outras disposições da Portaria nº 170 da Secretaria Municipal de Goiânia, acesse aqui.

 

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