Sindsaúde – as eleições municipais e as queimadas em 2020

 Sindsaúde – as eleições municipais e as queimadas em 2020

No turbilhão do “Novo Normal”, o Sindsaúde-GO abre a resenha, a reflexão, o amplo e saudável debate do que representaram as queimadas no Pantanal (MT) e na Amazônia (aliados ao desmatamento e à mineração ilegais, à grilagem e a violência em áreas de preservação ambiental) e em outros ecossistemas brasileiros. Entenda como esses temas de ordem ideológico político se entrelaçam na qualidade da saúde das pessoas, contribuem para o caos sanitário de forma negativa e neste ano tão incomum de pandemia da covid-19, eles acentuam e aceleram o caminho da sociedade à barbárie e a miséria.

O Brasil é um pais com dimensões territoriais gigantescas, com duas faixas intertropicais que fazem com ele apresente uma variação climática interessante nos diferentes meses do ano de norte a sul do país. As regiões conhecidas como Brasil Central (GO, TO, MT, MS, RO e DF) que   apresentam um inverno atípico (tempo seco, com temperaturas elevadas e baixa umidade do ar) das demais regiões brasileiras, tiveram um acréscimo neste ano acima de 3°C na média da temperatura no mesmo período do ano de 2019.

Quem mora no Brasil Central sabe que esse acréscimo fez os termômetros subirem com um calorzão acima dos 40° C. Em outros Estados brasileiros como: o sul do Amazonas, pegando o Mato Grosso e passando exatamente pelo norte e centro-norte de São Paulo e sul de Goiás, a onda de calor e o que sobrou de umidade do ar, foram insuportáveis, criando condições que fizeram o número de queimadas aumentarem significativamente.

As queimadas em 2020

Segundo os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados 15.477 pontos de incêndio até o dia 15 de setembro de 2020 maior taxa já registrada na história do monitoramento da região, nos últimos 20 anos.

Segundo a Secretaria de Meio Ambiente do Mato Grosso, já foram devastados 1.732.000 hectares de vegetação no Pantanal (uma área que equivale a 7 vezes a cidade de São Paulo). Já no último balanço em Mato Grosso do Sul, a área atingida foi de 1.110.000 hectares que arderam no fogo. No Paraná 1.165 de hectares de mata também viraram cinzas.

Em Mato Grosso, o Inpe já registrou 34.629 focos de incêndio em 2020, foram 15.023 pontos de incêndio, número 107,7% maior do que o mesmo período no ano passado, que contabilizou 7.233 focos de queimadas. 

Os incêndios se espalharam pela Bacia Amazônica e o Pantanal (MT). E o impacto ambiental nestes ecossistemas (fauna e flora) foram devastadores. Nas cidades mais próximas onde as queimadas foram mais intensas (região de transição entre os biomas Cerrado e Amazônico), a nuvem de fumaça ou “ar sujo” dificultou a respiração e a visão da população, causando inúmeros problemas respiratórios e de saúde, afetando ainda mais o clima nas áreas urbanas próximas às queimadas.

Nas queimadas são emitidos vários poluentes (NOx, CO, HC, materiais particulados e inúmeras substâncias tóxicas. Os efeitos no corpo humano podem ir de uma intoxicação ou morte por asfixia (causados pela baixa oxigenação no ar).

De quem é a culpa das queimadas? O que as eleições 2020 e o momento do voto democrático tem a ver com meio ambiente?  

O texto acima explica os fatores climáticos como sendo um dos principais desencadeadores das queimadas. O povo brasileiro e os povos de outras nações do mundo confiam que o Brasil consiga através de suas políticas de preservação ambiental, preservar suas matas e ecossistemas para o bem de toda a humanidade. 

As políticas ambientais e as declarações do Governo Bolsonaro (sem partido político) contribuem para o desastre que as queimadas provocaram no país e que chamaram a atenção em todo mundo. O discurso de Jair Bolsonaro (sem partido)  na Organização das Nações Unidas (ONU) foi no mínimo desrespeitoso, “a culpa das queimadas é dos índios, dos caboclos e de Deus,” declarou o Presidente do Brasil. 

As declarações de Bolsonaro no discurso da ONU, soaram contraditórias, “temos a melhor legislação ambiental do planeta”, no exato momento em que o Governo vem desmontando todos os instrumentos de fiscalização que poderiam fazer cumprir a legislação ambiental. O Ministério do Meio Ambiente, entregue a um gestor inconsequente no trato ambiental, proibiu o Ibama de atuar de acordo com a Lei. O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que teve o presidente, um dos mais conceituados cientistas do Brasil, demitido, por detectar o aumento das queimadas.

O Presidente do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), também foi exonerado por divergências na condução da pasta do meio ambiente do ministro Ricardo Salles. A política de tolerância zero com o “crime ambiental” está em contradição permanente com as palavras e as atitudes do Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e com as pretensões de devastação de ecossistemas brasileiros do ministro Ricardo Salles. O Fim do Fundo Amazônia, as medidas de desrespeito com a legislação e a falta dos investimentos nas políticas ambientais fazem parte do cenário das queimadas e do meio ambiente no Brasil. 

É desconcertante e vergonhosa a apologia que este governo faz ao desmatamento, ao avanço da mineração em áreas de proteção ambiental. Meio ambiente preservado é sinônimo de soberania nacional, de saúde, de água, de fauna e flora, de educação e de cidadania. 

No próximo dia 15 de novembro, vote em candidatos com compromisso com a saúde da população e com a preservação do meio ambiente.

 

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