Sindsaúde divulga nota de repúdio após prisão de profissionais de saúde em Cavalcante; juiz vê excessos

 Sindsaúde divulga nota de repúdio após prisão de profissionais de saúde em Cavalcante; juiz vê excessos

A prisão do médico Fábio Marlon Martins Franca durante o expediente na tarde de quinta-feira (27) e a condução da técnica de enfermagem, Marlene Santos, à delegacia surpreenderam colegas, pacientes e até mesmo a gestão municipal de Cavalcante. O Sindsaúde-GO considerou a ação da Polícia Civil (PC) desproporcional e equivocada.

Liminar

O médico, preso por ter se recusado a dar prioridade no atendimento ao delegado de polícia da cidade, Alex Rodrigues da Silva, foi solto nesta manhã após passar a noite no presídio de Alto Paraíso. O juiz plantonista da Comarca de Formosa, Fernando Oliveira Samuel, concedeu liminar determinando o relaxamento da prisão por considerá-la ilegal.

Trecho da ordem judicial dada pelo juiz plantonista

Na decisão, o magistrado argumentou ainda que, “nada justificaria no caso a condução coercitiva do profissional de saúde no momento que estava a atender o público. Ao que parece, realmente pode ter abusado de suas funções públicas usando do cargo que ocupa para dar vazão a uma insatisfação quanto ao atendimento realizado anteriormente“.

Entenda

No final da tarde de quinta-feira, o servidor foi conduzido coercitivamente, segundo testemunhas, por não ter dado atendimento prioritário ao delegado de polícia da cidade, Alex Rodrigues da Silva, que apresentava sintomas gripais. Relataram ainda os presentes que o delegado – após ser informado de que não poderia “furar a fila” do atendimento – retornou à unidade de saúde muito irritado e acompanhado de policiais dando voz de prisão ao médico. 

Uma das técnicas de enfermagem e colega do profissional, tentou intervir a favor do médico, mas disse ter sido ameaçada. Ela foi proibida e gravar a ação e também foi conduzida para a delegacia sendo liberada logo depois. “Ele simplesmente me levou junto e se eu falasse mais alguma coisa eu iria presa também. Chegando lá, prendeu o meu celular”, contou Marlene Santos.

Comoção

A prisão do médico gerou comoção entre a população cavalcantense. Ainda na noite de quinta-feira, conhecidos iniciariam um movimento nas redes sociais para pedir a liberdade do profissional. Na manhã seguinte, uma também passeata também foi realizada para pedir justiça.

Versão da PC

Por outro lado, a versão até agora apresentada pelo delegado da Polícia Civil, de que o profissional estaria no exercício irregular da profissional e desacatado a equipe, está em contradição com a nota da Prefeitura de Cavalcante e com o depoimento das demais servidoras e servidores que presenciaram a ação.

Repúdio e preocupação

Em nota divulgada nessa sexta-feira (28), o Sindsaúde-GO manifestou preocupação e repúdio à ação policial. O também se colocou à disposição da categoria e reiterou o seu apoio e solidariedade aos profissionais de saúde do município de Cavalcante, em especial aos trabalhadores que atuam na UBS onde o fato e foram coagidos a não registrar o momento da prisão do médico. Leia a íntegra da nota aqui.

A Prefeitura de Cavalcante também se manifestou em nota, divulgada nesta sexta-feira. “A Prefeitura de Cavalcante e a Secretaria Municipal de Saúde vêm a público manifestar profunda insatisfação com as ações desproporcionais cometidas por agentes da Polícia Civil contra o médico Dr. Fábio Marlon Martins França, no dia 27/01/2022”, disse.

Ainda no comunicado, a gestão de Cavalcante afirmou que o “Dr. Fábio é participante do Projeto Mais Médicos para o Brasil e atua no Município de Cavalcante desde novembro de 2016, estando totalmente regular, sendo que tais profissionais não precisam de registro no CRM mas, possuem Registro no Ministério da Saúde – RMS que autoriza a atuação profissional na Atenção Básica”.

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