Sindsaúde e o Fórum Goiano de Saúde Mental visitam o Caps I Água Viva

 Sindsaúde e o Fórum Goiano de Saúde Mental visitam o Caps I Água Viva

Publicado em 28 de julho de 2020, às 16h10

O Sindsaúde-GO junto com o Fórum Goiano de Saúde Mental estiveram na manhã de hoje (28) no Caps I Água Viva, no Setor Sudoeste em Goiânia. Como parte de uma caminhada de luta em prol da saúde mental, o Sindsaúde iniciou uma peregrinação nos Caps em Goiânia, a partir de denúncias desesperadas dos usuários do Caps Esperança em virtude do corte de 36 medicamentos da Relação Municipal de Medicamentos (REMUNE) por parte da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia.

O Caps I Água Viva é uma unidade de referência em saúde mental e oferece acolhimento a crianças e adolescentes com transtornos mentais, ou usuários de álcool, drogas e substâncias psicoativos. Apenas os Caps  I Água Viva (Sudoeste) e Girassol (Oeste) atendem essa faixa etária.

“A Lei Complementar 173/2020, apresentada pelo Governo Federal é uma chantagem institucional e fiscal, ou seja, só haveria repasse de recursos financeiros para Estados e Municípios, uma vez que ela prevê o congelamento de qualquer despesa com pessoal até dezembro de 2021. E isso vale para progressão, reajuste, anuênio, triênio, quinquênio, qualquer situação que possa ter despesa, ela congela. Ela proíbe também o concurso público, permite a contratação que seja por outras formas, precarizando ainda mais as relações de trabalho. É uma Lei extremamente perversa e que tem um viés prejudicial aos servidor@s públicos. Fizemos (centrais sindicais e partidos de oposição ao Governo) um movimento no Congresso Nacional e conseguimos manter a saúde de fora nesse artigos. Porém no momento de ser sancionada pelo Sr. Jair Bolsonaro, ele vetou a exclusão da saúde,” explica Ricardo Manzi, Presidente do Sindsaúde-GO.       

É possível dizer que a edificação do Caps Água Viva, diferente de outros que o Sindsaúde visitou, está bem preservada e organizada. Salvo a estrutura, os problemas são recorrentes. Na reunião diante dos depoimentos de usuários e trabalhador@s foi relatado que de fato neste Caps também se abateu o corte dos 36 medicamentos da REMUNE, porém foi observado que já havia falta de muitos medicamentos antes do corte efetuado pela Secretaria de Saúde de Goiânia.

Com o quadro reduzido (licenciados e outros) e sem reposição de novos servidor@s, profissionais de saúde, os trabalhador@s do Caps I Água Viva estão sobrecarregados. E esta sobrecarga também se dá pelo aumento significativo de novos acolhimentos (só em junho 23 novos), além dos que já estão em atendimento. E com demandas crescentes de pacientes é possível observar que a infância hoje no município de Goiânia é tratada com descaso.

A mesma dificuldade financeira na aquisição de materiais e insumos para as terapias dos pacientes, também se repete no Caps Água Viva, onde são os próprios trabalhador@s quem precisam ser criativos e se organizarem para que não faltem os materiais minimamente necessários para desempenho das atividades.

Da mesma forma que nas outras reuniões foram colhidos depoimentos dos usuários e dos trabalhador@s, que ficam registrados na rede social (facebook) do Sindsaúde. É importante observar que a implementação das Organizações Sociais (OS) nas unidades de saúde do Estado geraram uma precarização das relações de trabalho e o enfraquecimento (medo) dos trabalhador@s que não conseguem nem mais se reunir para discutir as problemáticas em torno da saúde pública. É preciso encontrar soluções coletivas para evitar o desmonte da saúde pública como um todo e para que não haja a presença das OSs também na saúde municipal.

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