CAPS VIDA: servidores driblam dificuldades para não parar atendimento

 CAPS VIDA: servidores driblam dificuldades para não parar atendimento

*Publicada em 10.07.2020 às 19h07

Os Centros de Atendimento Psicossocial (Caps) cumprem um papel importante para a população no campo da saúde mental. É através dele que parte da população busca tratamento para a problemas como depressão, ansiedade e outros transtornos. Na maioria dessas unidades, serviços tão essenciais como esses só têm funcionado graças ao esforços de seus trabalhadores.

Foi essa a realidade encontrada nesta sexta-feira (10) pelos diretores do Sindsaúde-GO no Caps Vida, localizado no Setor Marista. Ao ressaltarem a importância da unidade para a população, os trabalhadores relataram que faltam de condições de trabalho e de assistência. O Caps Vida ficou quase três meses sem médicos. Atualmente, a unidade não conta com gestor e nem farmacêutico, ambos estão afastados. Até o telefone fixo do prédio está bloqueado.

Atendimento comprometido

Para não parar o atendimento, os trabalhadores vêm administrando a situação como podem. A falta de medicamentos, de profissionais e da coordenação técnica constituem os principais obstáculos. O prédio recebeu conexão com internet há pouco tempo, mas o telefone fixo continua bloqueado. A dificuldade de acesso às capacitações fornecidas pela prefeitura também é motivo de queixa.

A coordenadora do Fórum de Saúde Mental, Heloísa Massanaro, participou da visita e criticou o abandono dos Caps. “É uma realidade muito triste onde o servidor precisa trazer o seu material de trabalho. É lamentável esse abandono pela gestão municipal, principalmente nesse momento em que vivemos uma pandemia tão grave onde tem aumentado o índice de suicídio e de depressão“, enfatizou .

O Caps Vida é a quinta unidade desse seguimento visitada pelo Sindsaúde nas últimas semanas. Além de levantar a situação das condições de trabalho e de assistência nesses locais, o objetivo é discutir as consequências para os usuários do corte de 36 medicamentos por meio da Portaria nº 170, de 25 de maio de 2020 que regulamenta a adoção da Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUNE) da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia. A maioria deles é de uso contínuo, controlado e prolongado.

Desmonte

Para o presidente do Sindsaúde-GO, Ricardo Manzi, está em curso o desmonte das políticas de saúde mental e que as dificuldades enfrentadas não são por acaso. “Temos vividos um retrocesso muito grande. Nós sabemos que os Caps têm um papel importantíssimo e são estratégicos na Reforma Psiquiátrica Brasileira. Graças a eles foi possível implantar a cultura do tratamento humanizado e em liberdade, uma vez que, ocuparam o lugar dos Hospitais Psiquiátricos cujo a política usada era a do encarceramento“, pontuou.

Já a vice-presidente do Sindsaúde-GO, Luzinéia Veira, destacou a importância dos trabalhadores na luta contra esse desmonte. “É fundamental que os profissionais se unam. O propósito do Sindsaúde juntamente com o Fórum Goiano de Saúde Mental e os servidores é chamar a atenção da sociedade e do poder público para a importância de continuar assegurando serviços tão primordiais para a população“, ressaltou.

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