Enfermagem, a ciência do cuidado

 Enfermagem, a ciência do cuidado

*Publicada dia 22.05.2019 às 16h20

Quando você escuta a palavra enfermeiro, o que vem de imediato na sua mente? A imagem de um profissional pedindo silêncio? Um trabalhador que zela pelos pacientes? Ou um ser humano atencioso no ambiente hospitalar? A resposta correta é a soma de todas essas sugestões mais tantas outras que você terá a oportunidade de conhecer neste texto.

Para a enfermeira Gislaine Gonzaga, com 43 anos de vida e 16 anos de atuação na área, a enfermagem é a ciência do cuidado. “O enfermeiro quando estuda, se prepara para ter um olhar para a dimensão total do ser. É ai que está o princípio do cuidar. Nessa perspectiva, o enfermeiro se torna essencial tanto na proteção quanto no modo de recuperação da saúde. É um agente extremamente ativo no processo de cura e promoção da saúde”, explica.

Gislaine Gonzaga confessa amor a sua profissão, apesar da rotina cansativa. Ela trabalha no Centro de Saúde da Família do Jardim Guanabara, em Goiânia. Sua atuação é na Estratégia Saúde da Família, na qual atende demandas específicas em consultório como saúde da criança, pré-natal, hipertensos, diabéticos, hanseníase, tuberculose, prevenção do câncer de colo uterino e mama, entre outros.

Mas, segundo a enfermeira, a sua rotina de trabalho também se estende a uma agenda de educação e promoção da saúde em formato de grupos para discussões e debates. “São turmas de gestantes, hipertensos e diabéticos. Da mesma forma realizarmos ações rotineiras nas escolas relacionadas à agenda do Programa de Saúde na Escola”, afirma.

Conforme Gislaine, o enfermeiro exerce atividades com maiores complexidades, agindo principalmente nas funções de planejamento e supervisão dos serviços da categoria.  Embora também possa executar procedimentos básicos.

O poder de interferir positivamente nas pessoas em uma tentativa de melhorar a qualidade de vida é o que mais encanta Gislaine em sua profissão. Contudo, ela admite que a enfermagem está enfrentando grandes desafios no cenário nacional.

“Infelizmente o trabalho interdisciplinar está ficando comprometido com a falta de profissionais. A falta de recursos também interfere de forma negativa em questões básicas que não deveriam fazer parte da nossa realidade, como estrutura física das unidades, insumos básicos, material educativo impresso, entre outros. Tudo isso acaba reprimindo uma demanda de serviços muitas vezes básicos”, ressalta.

Fotografia

Gislaine Gonzaga é graduada em Enfermagem pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), possui Especialização em Saúde da Família pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e está fazendo Mestrado em Saúde Coletiva também na UFG. Mas nas horas vagas é a fotografia que faz seu coração pulsar mais forte. Prova disso é o projeto FotográVIDA que ela criou para estimular a auto estima das gestantes que passam em seu local de trabalho.

O FotográVIDA, criado em 2012, nasceu com o intuito de valorizar e ajudar as futuras mamães que passam por dificuldades financeiras e emocionais. “Muitas gestantes reclamam do abandono do parceiro. Outras estão com a autoestima abalada por conta da gestação não ser planejada e deseja. Há também aquelas que não possuem o apoio da família e se sentem incomodadas com as mudanças do corpo físico durante a gravidez”, esclarece Gislaine.

O projeto oferece para as gestantes um ensaio fotográfico com direito a produção, maquiagem, roupas, as fotos tratadas e entregues em formato digital, além de algumas reveladas. Para isso é preciso que as grávidas façam o acompanhamento mensal do pré-natal, estejam com as vacinas e os exames em dias, da mesma forma é necessário que elas participem das reuniões semanais organizados na unidade de saúde.

Esses encontros são com uma equipe multiprofissional, como psicólogo, dentista, nutricionista, enfermeiro, médico e assistente social, na qual a gestante tem a oportunidade de sanar dúvidas sobre a saúde delas e dos bebês. “Sabemos que essa conversa com esses profissionais vai ajudar a futura mãe na questão do próprio empoderamento feminino, além de contribuir para o momento do parto e com o recém-nascido”, assegura Gislaine.

De acordo com a enfermeira, a fotografia tem o poder de materializar todo o sentimento que muitas vezes as gestantes não acreditam apenas com o discurso oral. “Nós fazemos questão de preparar um ambiente para que elas se sintam importantes, queridas e merecedoras de serem mães. Elas se assustam quando se veem prontas e ficam ainda mais encantadas quando se veem na fotografia”, diz.  

Confira aqui algumas fotos do projeto FotográVIDA:

         

 

 

 

 

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