Na Saúde, só ganham as Organizações Sociais

 Na Saúde, só ganham as Organizações Sociais

Mais uma vez, o atual governador de Goiás, José Eliton, mostrou quem merece ser tratado com prioridade em sua gestão. Entre as Organizações Sociais (OSs) e o servidor público, ele escolheu – sem cerimônias – manter os repasses vultuosos a essas empresas. São montantes que ultrapassam R$ 1 bilhão anualmente, segundo dados apurados pelo Dieese.

Os gastos com as OSs continuam crescendo. Houve contrato que aumentou 300%. No caso da Gerir – contratada pelo Estado para administrar o Hugo, o valor contratual global saltou de R$ 94 milhões em 2012 para R$ 269 milhões em 2018. O acréscimo foi de 185%.

defasagem salarial

Neste cenário, foram constantes os alertas do Sindsaúde sobre as quantias generosas destinadas às OSs e a necessidade iminente de valorizar o servidor efetivo.  É preciso reparar  as perdas salariais da categoria que chegam a 80% do salário. Só nos últimos dias, houve diversas reuniões para tentar garantir que o Estado reparasse esse prejuízo por meio da reestruturação da carreira do funcionalismo da saúde.

O Sindsaúde não mediu esforços para tornar realidade a proposta oferecida pela própria gestão. Novamente, o governo de Goiás foi cruel e negou esse direito. Em prol das OSs, essa Administração preferiu deixar que o servidor continue amargando o prejuízo acumulado com o corte de direitos e a falta de investimento.

OSs x Servidor

Ao manter a relação inabalável com os empresários da Saúde cujo o salário de um dirigente chega a R$ 45 mil (dado apurado em novembro de 2017), a postura do atual governador de Goiás, José Eliton, e do secretário de Saúde, Leonardo Vilela, não surpreendeu. Na verdade, tais gestores foram coerentes com a política de asfixia imposta aos servidores da saúde nos últimos 20 anos.

Nesse período, o governo não pagou a reposição salarial de 2007 a 2010 e nem as de 2015, 2016, 2017 e de 2018, não cumpriu os direitos previstos no plano de carreiras, reduziu os percentuais do adicional de insalubridade e reduziu boa parte do adicional de produtividade. Em 2016, o governo – demonstrou uma de suas atitudes mais cruéis – confiscou integralmente dois meses de salário dos servidores que participaram de uma greve justa e legítima.

Não há dúvidas de que é preciso por fim ao modelo de terceirização vigente na rede pública de saúde. Esse modelo, que aliás atende interesses escusos, impede o acesso livre da população aos hospitais estaduais superlotando Cais e Ciams da Capital e do interior além de subtrair recursos que deveriam ser investidos na valorização do servidor e no serviço público.

Foto: Mais Goiás

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