Organizações sociais na saúde: uma tragédia anunciada

 Organizações sociais na saúde: uma tragédia anunciada

Com o discurso de que as Organizações Sociais (OSs) iriam melhorar e ampliar os atendimentos hospitalares para a população, o governo de Goiás forjou em 2011 – à custa do sucateamento do patrimônio público – a necessidade de terceirizar os principais hospitais públicos do estado. Hoje, vivenciamos uma crise grave nos hospitais terceirizados que já estava anunciada.

A luta do Sindsaúde contra terceirização não é de agora. Em 2011, quando o governo anunciou a possibilidade de adotar o modelo de gestão por Organizações Sociais na Saúde, o Sindicato realizou uma série de audiências públicas e assembleias para alertar a população e os servidores sobre os riscos de se adotar na saúde pública uma lógica de mercado.

Ao entregar os maiores hospitais de Goiás para a iniciativa privada, que debaixo da capa de entidades sem fins lucrativos têm feito mudanças que, de um lado celebraram contratos milionários com o Estado, de outro, diminuíram os atendimentos, selecionando os pacientes que entram nesses hospitais. Pacientes que custam caro não recebem o atendimento que precisam.

Os montantes destinados às Organizações Sociais para manter os hospitais púbicos ultrapassam R$ 1 bilhão anualmente, segundo dados apurados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Os gastos com as OSs continuam crescendo. Houve contrato que aumentou 300%. No caso da Gerir – contratada pelo Estado para administrar o Hugo, o valor contratual global saltou de R$ 94 milhões em 2012 para R$ 269 milhões em 2018. O acréscimo foi de 185%.

Além da população que paga o preço quando o Governo e as Organizações Sociais não se entendem, os servidores também saem prejudicados.

Vivemos tempos de retrocessos no que tange direitos trabalhistas e na forma como são administrados os serviços públicos. Como resultado desse modelo de gestão, temos a perda na qualidade do atendimento aos usuários, pacientes morrendo nas filas a espera de cuidados, servidores concursados sofrendo assédio moral, perseguição, falta de insumos e de condições de trabalho.

A terceirização liquidou direitos, adoecendo trabalhador@s e ocultando toda e qualquer informação administrativa e financeira que essas “empresas” realizam no setor público.

 

   

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