Trabalhadores do CROF denunciam falta de testagem para a Covid-19 e relatam apreensão com condições de trabalho

 Trabalhadores do CROF denunciam falta de testagem para a Covid-19 e relatam apreensão com condições de trabalho

*Publicada em 24.06.2020 às 17h08 e atualizada em 25.06.2020 às 8h54

Desde que um trabalhador do Centro de Referência em Ortopedia e Fisioterapia (CROF) localizado no Setor no Aeroviário em Goiânia morreu com a Covid-19, a apreensão dos servidores da unidade aumentou. Os trabalhadores denunciam que faltam testagem e medidas de proteção para as equipes.

No último domingo (21), Arione Luiz da Silva, 59 anos, faleceu em decorrência da Covid-19. Ele era servidor da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) e exercia o cargo de recepcionista no CROF. De acordo com informações obtidas pelo Sindsaúde, cerca de nove trabalhadores estão positivados e um servidor está internado com a doença.

Grupo de risco
Há pessoas com mais de 60 anos e com comorbidades trabalhando lá e que ainda não conseguiram autorização da Secretaria Municipal de Saúde para serem afastadas”, relatou a diretora do Sindsaúde-GO que também é recepcionista na unidade, Terezinha Costa.

Terezinha relatou que o medo do contágio é grande já que as máscaras disponibilizadas não apresentam as qualidades necessárias para a devida proteção e o prédio ainda não passou por desinfecção.

Uma trabalhadora que não quis se identificar, contou que ainda não foi testada mesmo tendo trabalhado no mesmo plantão do colega Arione Luiz e tido contato direto com ele. “Quase ninguém do meu plantão fez o teste. Eu tive febre, dor no corpo e ainda não fui testada”.

Ela conta ainda que dois colegas do mesmo plantão fizeram o teste por conta própria e testaram positivo. Mesmo diante do risco, a trabalhadora relata que não conseguiu ser afastada de suas funções. “Eu estou preocupada. Eu não quero morrer”, desabafa.

Testagem
Para os profissionais, a testagem de todos os trabalhadores é fundamental para trazer um pouco de tranquilidade e segurança para as equipes e seus familiares. Ainda abalada pela morte do colega, outra trabalhadora que também preferiu não se identificar, diz que o clima é de medo e insegurança. Ela diz que pedirá afastamento. Temos receio de nos aproximar dos colegas porque não sabemos quem está contaminado. Então a desconfiança é geral. Eu tenho medo”.

Na manhã desta quarta-feira (24), diretores do Sindsaúde estiveram na unidade para ouvir os trabalhadores. O presidente do Sindicato, Ricardo Manzi, falou sobre as medidas tomadas pelo Sindsaúde e assegurou que vai intensificar as cobranças da Secretaria Municipal de Saúde para garantir a segurança desses profissionais. Manzi enfatizou que a SMS deve realizar os testes RT-PCR em todos trabalhadores da unidade e não somente nos sintomáticos e garantir o afastamento dos profissionais do grupo de risco.

Resposta
Diante dos questionamentos, a coordenadora técnica do CROF, Herica Kelly da Costa, informou que apenas os trabalhadores de um plantão da emergência ainda não foram testados, mas que, conforme o departamento de Gerência de Urgência e Emergência (GURG), a previsão é que a testagem ocorra nesta quinta-feira (25). Ela disse ainda que a limpeza terminal do prédio tem sido contínua para evitar o contágio.

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