Prefeitura de Goiânia usa pretexto para reabrir terceirização das vacinas

 Prefeitura de Goiânia usa pretexto para reabrir terceirização das vacinas

Foto: Wildes Barbosa/Opopular)

O OPopular repercutiu na quarta-feira (14) o posicionamento do Sindsaúde contrário à contratação de empresa para a administração de um milhão de doses da vacina contra a Covid-19 em Goiânia.

Com o pretexto de “aliviar”  a sobrecarga de trabalho enfrentada pelos servidores da Saúde,  a Prefeitura reabriu na terça-feira (13), o pregão eletrônico para terceirizar, caso precise, a vacinação.

Contudo, a preocupação da gestão municipal com relação aos servidores públicos é bastante contraditória. Os profissionais que atuam na Saúde do Município estão há dois anos sem reposição salarial, estão proibidos de usufruir de licenças e recentemente tiveram uma defasagem no vale-alimentação.

A vice-presidente do Sindicato, Luzinéia Vieira ressaltou ao OPopular que se o intuito da Prefeitura é diminuir o trabalho dos servidores, a gestão pode começar com a efetivação de direitos trabalhistas que atualmente estão sendo negados, como o Descanso Remunerado.

“Se o intuito deles [Prefeitura] é tirar a sobrecarga do servidor da saúde podem começar por aí. Além disso, ao invés de licitação, podem fazer a contratação dos profissionais que estão credenciados”, afirma Luzinéia.

O Sindsaúde entende que a contratação pode abrir margens para possíveis desvios de vacinas e que os profissionais que atuam no Sistema Único de Saúde são competentes para continuar o processo de vacinação no Município. 

Entenda

Após o vereador por Goiânia e diretor do Sindsaúde, Mauro Rubem (PT) enviar ao secretário Municipal de Saúde, Durval Ferreira um requerimento solicitando explicações sobre a decisão de terceirizar a vacinação da Covid-19 e a orientação do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), a prefeitura de Goiânia suspendeu a licitação para contratação de uma empresa para fazer a administração das doses.

O edital do pregão eletrônico constava diversas irregularidades legais, além de exigências que restringia grande concorrência por conta de condições documentais. A justificativa para a terceirização da vacinação tinha a justificativa de sobrecarga dos trabalhadores da saúde e falta de insumos.

Contudo, Rubem afirma que “a Prefeitura possui uma equipe eficiente e com experiência para realizar esse trabalho. Não faz sentido mudar isso. Se necessário, o poder público pode pagar hora extra e remanejar funcionários”.

O Sindsaúde é contra toda forma de terceirização do Sistema Único de Saúde (SUS), e defende a valorização dos profissionais que compõem esse serviço. Portanto, reconhece que os servidores possuem competência suficiente para continuar vacinando a população.

O presidente do Sindsaúde, Ricardo Manzi entende que “seria um retrocesso histórico manter o pregão, pois Goiânia sempre foi referência em garantir os programas de vacinação, não é diferente com a Covid-19”. Reitera ainda que a contratação de uma empresa para a administração das vacinas não foi discutida no Conselho Municipal de Saúde, órgão responsável pelas deliberações de políticas de saúde.

Outras Notícias

2 Comments

  • concordo com sindicato : tercerizacao é somente portas abertas para desvio de verbas , e os funcionários que estão trabalhando desde o início são funcionários de grande competência e responsabilidade além do mais já estamos na etapa final dessa luta

    • Bom dia Maria, obrigado por está nessa luta conosco. Lutamos todos os dias pela defesa do SUS.

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Leitor de Página Press Enter to Read Page Content Out Loud Press Enter to Pause or Restart Reading Page Content Out Loud Press Enter to Stop Reading Page Content Out Loud