Sindsaúde comemora com os usuários e trabalhador@s dos CAPS em Goiânia o retorno das medicações da REMUNE
Depois de meses e de uma agenda extensa de lutas (reuniões na SMS, manifestações, visitas às unidades do CAPS) e a confecção de matérias, vídeos e todo tipo de mídia que pudesse de alguma forma chamar à atenção da população para o drama que os pacientes da saúde mental estavam sofrendo com o corte de 36 medicamentos da Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUNE) por parte da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, o Sindsaúde vem com muita alegria comunicar os usuários e os profissionais da saúde que trabalham nos Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) o retorno das medicações da REMUNE.
O retorno da REMUNE foi publicado no Diário Oficial do Município de Goiânia (Edição nº 7.444, de 15 de dezembro de 2020) e embora ainda não se saiba quando estas medicações estarão disponíveis nas prateleiras das farmácias de alguns dos CAPS, é com alegria e alívio que o Sindsaúde – GO informa e reafirma aos trabalhador@s e a população usuária do Sistema Único de Saúde, que só a luta e a resistência podem garantir o direito constitucional à saúde. Acesse aqui:
O que aconteceu:
O desmonte da política de saúde mental, o drama que os profissionais da saúde estavam travando se iniciou em meio a pandemia mundial da covid-19 (março de 2020), com o corte de 36 medicamentos da Relação Municipal de Medicamentos (REMUNE), bem como, com a falta de diálogo por parte da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia. Com as reuniões e visitas nas unidades do Caps em Goiânia, outros tantos problemas detectados pelo Sindsaúde.
Drama da política na saúde mental:
Com o aumento exponencial do número de goianos contaminados pela Covid-19, com a falta generalizada dos Equipamentos de Proteção Individual e Coletivos (EPI e EPC) e a ausência de desinfecção terminal destas unidades (faltam produtos de higiene, de limpeza e termômetros ) o Sindsaúde detectou a falta de medicamentos nas farmácias, a falta de farmacêuticos e de outros trabalhador@s da saúde e uma total ausência de políticas de contenção do novo vírus. Outra preocupação recorrente em todos os Caps é a falta de autonomia (cada unidade tem demandas diferentes) e o corte de todos os canais de comunicação por parte da Secretaria Estadual de Saúde, dificulta qualquer tipo de solução desta e de outras demandas.
O desmonte da saúde mental se configura em um cenário tenebroso para os paciente (sem medicação de uso contínuo e controlado) e para os trablahador@s da saúde mental com seus quadros cada vez mais reduzidos destes profissionais. A saúde mental envolve o tratamento medicamentoso, com acesso às terapias complementares e a reinserção social de pessoas com transtorno mental grave e persistente.
Para o Sindsaúde o que esteve posto neste ano de lutas pela saúde mental foi a ausência de diálogo como pontapé para a desestruturação dos serviços de saúde mental em Goiânia. Houve um menosprezo evidente por parte da SMS com relação à prevenção e ao tratamento multidisciplinar notório na má conservação das edificações. O valor da saúde mental esteve estimado na caixa de remédio e não nos pacientes, no retrato claro do mercantilismo se sobrepondo às políticas de saúde e seguridade social. Prateleiras das farmácias vazias, trabalhador@s exaustos, o medo e a ansiedade dos pacientes, foram momentos dramáticos, mas de muita vontade de fazer por todos (as) a luta e a resistência.
Defender o Sistema Único de Saúde (SUS) e as políticas públicas de saúde mental é dever de todos.