Após vistoria no CRDT, Sindsaúde deve acionar o Ministério Público

 Após vistoria no CRDT, Sindsaúde deve acionar o Ministério Público

O Sindsaúde acionará o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério Público Estadual após inspeção, na manhã desta sexta-feira (11), no Centro de Referência em Diagnóstico e Terapêutica (CRDT) da prefeitura de Goiânia. Em parceria com a Comissão de Saúde e Assistência Social (CSAS) da Câmara Municipal, o sindicato encontrou diversas irregularidades na unidade.

Uma servidora do CRDT que pediu para não ser identificada revela que os pacientes já estão procurando o Ministério Público por causa da falta de sigilo da recepção de exames. O local deveria oferecer privacidade aos usuários que procuram a unidade para testagens. A servidora também contou que não há ar condicionado nas salas de atendimento. “Os pacientes estão exigindo o direito deles, mas não estamos conseguindo oferecer porque a nossa estrutura não permite, o prédio infelizmente não é adequado”, declara.

Segundo ela, foi removida da unidade, ainda, a sala de vacinas para pessoas soropositivas e, agora, os pacientes precisam procurar o Hospital Materno Infantil (HMI) para receberem as doses. Outro ponto que ela comenta é a falta de servidores para atender a demanda que o CRDT recebe diariamente. “Se vocês virem aqui às 7h30 da manhã vocês vão encontrar uma fila enorme de pessoas. Nós trabalhadores estamos adoecendo por causa da alta demanda de trabalho e a carência de mais servidores para atendimento”, destacou.

Outra servidora da unidade ressaltou a questão da estrutura precária do CRDT. “O espaço físico é pequeno para receber os nossos pacientes. Às vezes nós temos pacientes com tuberculose, monkeypox e outras doenças infectocontagiosas no mesmo espaço. Também não temos, por exemplo, um espaço adequado para abordar o paciente e precisamos conversar sem nenhuma privacidade com o paciente portador do HIV”, complementa a servidora.  

Há quatro anos, a prefeitura de Goiânia alugou uma casa na mesma rua onde funciona o CRDT, no Setor Sul, para que fosse feito um anexo para suprir a demanda de atendimentos. No entanto, a casa nunca foi entregue à unidade, porém continua sendo paga todos os meses pelo Paço municipal com os portões fechados.

Vistoria
Durante a inspeção no CRDT, o Sindsaúde encontrou partes do teto caindo, extintor de incêndio com a data de validade vencida, paredes descascadas e com infiltrações. Os aparelhos de ar-condicionado existentes no local foram comprados e instalados por profissionais do serviço, pois o ar-condicionado central não funciona por falta de manutenção.

Também chamou atenção a quantidade insuficiente de banheiros para atender a demanda dos trabalhadores, que têm que dividir os banheiros utilizados pelos usuários dentro dos consultórios. Para utilizar o sanitário, o trabalhador precisa interromper o atendimento. Os usuários por sua vez contam apenas com um banheiro unissex.

Para a presidente do Sindsaúde, Néia Vieira, a situação é desumana e coloca em risco tanto a saúde dos trabalhadores, quanto dos usuários. “Os trabalhadores estão clamando por condições de trabalho. A única coisa que eles estão pedindo é para que possam realizar as suas atividades com qualidade, não estão pedindo aumento de salário e sim condições para atenderem melhor os pacientes”, desatca a presidente do sindicato.

Presidente da CSAS e diretor licenciado do Sindsaúde, o vereador Mauro Rubem critica a postura da prefeitura de Goiânia diante da situação de precariedade do CRDT e também do imóvel alugado para anexo da unidade que nunca foi utilizado. “Nós checamos o contrato dessa casa e o valor é algo em torno de 50 mil reais, enquanto o CRDT está vivendo um caos. Presenciamos situações berradoras”, conclui o presidente da Comissão.  

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