SES-GO teve queda de quase 40% no número de servidores ativos

 SES-GO teve queda de quase 40% no número de servidores ativos

Foto: Divulgação

O encolhimento gradual no número de servidores ativos da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES) tem sido uma preocupação crescente nos últimos anos. De acordo com um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), elaborado com base nos dados do portal Goiás Transparente, o quantitativo de servidores ativos é notadamente o menor desde 2011, o que demonstra uma variação negativa de 39,70% entre 2011 e o período atual.

Em abril de 2011, a Secretaria contava com um total de 9.648 servidores ativos (servidores concursados que ainda não se aposentaram) atuando nos postos de trabalho. No entanto, o Dieese apurou que, em abril de 2023, esse número havia caído para 5.819, causando uma diminuição significativa da força de trabalho. É preocupante observar essa queda expressiva, já que ela impacta diretamente na qualidade e eficiência dos serviços prestados à população.

A partir de 2011, o número de servidores da SES (concursados que ainda não se aposentaram) caiu de 9.648 para 5.819.

Por outro lado, o número de servidores aposentados da SES cresceu consideravelmente. Essa constatação reflete uma tendência de envelhecimento da força de trabalho e um possível impacto na reposição de profissionais.

Privatização da Saúde

A análise do Dieese não incluiu dados de trabalhadores terceirizados contratados pelas Organizações Sociais que atuam em estabelecimentos de saúde em Goiás. A falta de regularidade na disponibilização dessas informações pelas próprias organizações sociais inviabilizou a realização de um levantamento mais abrangente.

Sem concurso público desde 2011 e com a entrega das unidades de saúde para as OSs, grande parte da prestação de serviço no setor tem sido feita com mão de obra terceirizada. Em Goiás, 11 “empresas de saúde” estão à frente de 29 estabelecimentos que deveriam ser administrados pela Secretaria de Saúde. O Instituto Cem e o Instituto Gênesis (antigo IBGC) são as organizações sociais que mais administram estabelecimentos de saúde. Cada uma, gerencia cinco unidades.

Outro dado preocupante é o aumento de denúncias recebidas pelo Sindicato sobre precarização das relações de trabalho e alta rotatividade nos hospitais geridos por OSs. “Quarteirizações, pejotização, sobrecarga, falta de condições de trabalho, assédio moral e restrições de acessos aos serviços de saúde são algumas delas. Esses fatores adoecem o trabalhador e fragilizam o atendimento à população”, alerta a presidente do Sindsaúde, Néia Vieira.

Concurso!

Além de cobrar da SES, a adoção das devidas medidas para reverter essa queda no número de servidores concursados, o Sindsaúde tem se posicionado contra o modelo de terceirização na saúde porque considera que, além de fator precarizante das relações de trabalho, é ineficiente e frágil em transparência.

Investimentos na área de recursos humanos, como concursos públicos para a contratação de profissionais, são essenciais para suprir essa lacuna e garantir o devido atendimento à população. Também é necessário oferecer condições adequadas de trabalho, plano de carreira atrativo e valorização salarial àqueles que trabalham pela vida.

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